quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CANTO DA TERRA: FOGÃO DE LENHA - DOCE ALFAJOR E AMARGO EMBRÓGLIO

CANTO DA TERRA: FOGÃO DE LENHA - DOCE ALFAJOR E AMARGO EMBRÓGLIO:
(Click no link acima e acesse o Blog na íntegra)



Nunca o olho do ávido dirá,
assim como não o dizem jamais o mar e o inferno: a mim basta.
(Mateo Alemán)




Amigas e Amigos,


          Neste primeiro Fogão de Lenha de 2012, após um período de férias em Buenos Aires, trago uma receita que faz muito sucesso por lá e que percebi, frequentando as confeitarias da capital argentina, um sabor e uma leveza muito além do que nos acostumamos a apreciar em produtos industrializados (também saborosos para apreciadores como eu). Falo dos alfajores, uma delícia que não foi criada naquele país irmão - nem no Uruguai - mas que recebeu nesses países um toque tão especial que me sugere chamá-lo de aperfeiçoamento.

           Antes de nossa doce receita de hoje, um comentário sobre uma notícia menos doce. Segundo a Folha de São Paulo (http://www.folha.uol.com.br) desta sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo está investigando pagamentos de R$ 600 mil a juízes daquele estado. Diz a matéria que:
Dois desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo que ocuparam a Comissão de Orçamento e Finanças da corte são alvo de investigação pelo suposto recebimento privilegiado de cerca R$ 600 mil de verbas atrasadas, cada um, dos cofres do TJ, entre 2006 e 2010. Os magistrados Fábio Gouvêa e Tarcísio Ferreira Vianna Cotrim participaram da comissão na gestão do ex-presidente do tribunal, Roberto Bellocchi (2008-2009), que também foi beneficiário de um pagamento sob apuração pelo tribunal paulista, no valor de R$ 1,5 milhão. No mesmo período, o terceiro membro da comissão foi o desembargador do TJ e atual presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Alceu Penteado Navarro. O pagamento feito a Navarro no valor de cerca de R$ 400 mil também está sendo investigado por suposta violação aos princípios da isonomia e da impessoalidade, como revelado pelaFolha ontem. Os desembolsos milionários feitos aos quatro desembargadores e ao ex-presidente do TJ Antonio Carlos Viana Santos, morto em janeiro de 2011, formam o quadro dos cinco casos mais graves em apuração, sob a ótica da direção da corte. A Folha procurou os desembargadores Gouvêa e Cotrim por meio da assessoria de imprensa do TJ, mas eles não responderam até a conclusão desta edição. Bellocchi disse que os pagamentos corresponderam a créditos a que ele tinha direito. O advogado dos herdeiros de Santos, João Costa, disse que a família não foi notificada sobre as apurações. Outros 24 desembargadores que tiveram recebimentos fora do padrão do tribunal também estão sendo convocados a prestar explicações, porém essas situações têm indícios mais fracos de irregularidades, segundo a nova gestão da corte. As quitações feitas a esse grupo não superam R$ 400 mil para cada um. Segundo o presidente do TJ, Ivan Sartori, os desembolsos sob investigação referem-se a verbas devidas aos magistrados, a título de auxílio-moradia, indenizações por férias ou licenças não gozadas. Em regra, os pagamentos de atrasados ocorrem em várias parcelas de pequeno valor, o que não teria ocorrido nos casos investigados. Magistrados ouvidos pela reportagem afirmam que, mesmo em casos de necessidade médica, os desembargadores recorrem a familiares, amigos ou até empréstimos bancários para não "furar a fila" do tribunal.

         Se confirmadas as irregularidades, os desembargadores poderão ser devidamente "punidos" (como sempre acontece nestes casos), sendo afastados de suas funções atuais, com precoces e abundantes aposentadorias. E, envergonhados, somente lhes restará como consolo usufruir da verba desviada, pois - conforme já observado em situações semelhantes - pouco, ou quase nada, retornará aos cofres públicos.

          Esses "pequenos" desvios de verba, e de caracter, permitem entender porque tantos nos diversos níveis do judiciário nacional tentam desclassificar o trabalho realizado por parte do Conselho Nacional de Justiça - liderado pela corregedora Eliana Calmon - no combate a corrupção (aparentemente instalada) no próprio Judiciário, que ainda não entende - talvez pela soberba de seus principais líderes - quem é o seu verdadeiro patrão e pagador de seus salários: o povo brasileiro, com o recolhimento de altíssimos impostos.

          Para adoçar nosso fim-de-semana, vamos falar um pouco da receita de hoje. Conforme a enciclopédia livre Wikipédia (http://pt.wikipedia.org), acredita-se que o alfajor, tradicional doce da Espanha, Argentina, Chile, Peru, Uruguai e de outros países ibero-americanos, tenha sido criado no Equador (mas não existem fontes que confirme essa criação). Essa enciclopédia informa que o alfajor é muito popular na Argentina, onde é tratado como um ícone do país, que consome seis milhões deles todos os dias, e o define como um composto por camadas de massa "que após assadas devem ser levemente crocantes e macias, quase esfarelando, mas firmes e com recheio de doce de leite".


          No link acima desta postagem, coloco a receita, com tradução livre, para que vocês experimentem. Lá, também, para acompanhar a receita de alfajor, a intérprete gaúcha Shana Müller canta de Érlon Péricles a música "Ao sopro da Chacarera".

          Até o nosso próximo encontro e um grande abraço!

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